terça-feira, 6 de outubro de 2009

Linha Vermelha ou Rosa?

Duas listas. Uma em vermelho forte e outra rosada. A Fabiana pergunta: “Será que é positivo?”. Em um pulo saí do sofá e peguei o manual destes exames comprados em farmácia para teste de gravidez. “Bem, aqui diz que duas listas sim, mas não sei se precisam ser de cores iguais”, eu disse. Ficamos alguns minutos olhando para a fita com as listas, para as instruções do produto, para a cara do outro. Finalmente um de nós quebra o silêncio (nem lembro quem disse): “Vamos comprar outro”.




Vermelho ou Rosa
Vermelho ou Rosa
Comecei a baixar algumas séries no Computador e saímos para jantar. Na volta compramos o mais caro. No carro já abrimos e as instruções eram claras: “A 1º urina da manhã”. Pronto, vamos manter a ansiedade e no dia seguinte teremos a confirmação.


CLARO que não dormi nada. Fiquei só pensando no tipo de responsabilidade que isso iria proporcionar. “Um filho (ou filha)”, pensei. “OMFG, será que saberei o que fazer? Será que saberei educar? Qual vai ser a 1º trilogia que irei mostrar para ele/ela? E se ele/ela não gostar deste tipo de filme? Será que ele/ela vai gostar de jogar videogame?.” Devo ter pensando em mais de 1.000.000 de coisas. Mas com a cabeça a mil, impossível lembrar…Fiz o que era mais produtivo no momento: acordei e entrei na Live (rede on-line oferecida pelo Xbox 360).


Pulei da cama cedo. Mal tinha dormido. Tínhamos um aniversário de um amigo em Jundiai/SP. Peguei o aparato, li e reli umas dezenas de vezes. Acordei a Fabiana e disse: “Corre, vai no banheiro e faça sua parte”. Dito e feito. Mas tínhamos de esperar alguns minutos (que sempre parecem horas nesses momentos ).


Juro que estava com medo do resultado. Minha vida não seria mais a mesma. Mudança total. Passava pelo banheiro e dava uma olhadinha no teste. Nada. Nenhuma listinha. Nem vermelha e nem rosa. Sentimento é uma coisa engraçada. Com todo medo e incertezas que eu estava sentindo, uma pontinha de frustração nascia. “Será que não é dessa vez?” , pensava. Chamei a Fabiana e disse que o resultado, conforme as instruções, estava dando inválido. Pegamos as instruções e concluímos que fizemos certo. Não tem como ter feito errado. Adoro manuais de instruções. Leio TODOS, sem exceção. E esse era simples de mais. Não poderia ter entendido errado. Ato falho?? Isso nunca saberemos.


Nessa hora já peguei meu iPhone e Googlei o laboratório mais perto de casa. Mesmo tendo Seguro Saúde, iria fazer no particular mesmo. Liguei, perguntei sobre o exame e surpresa: o exame de sangue é mais barato que o exame de caixinha de farmácia O_o.


Tomamos café, colocamos as mala no carro e partimos para o laboratório. Apenas para vocês terem uma noção cronológica, era 09:00 de um sábado. Estava lotado. Terceira idade em peso. Nessa hora já comecei a ter os meus ataques por pensar demais:: “Fá, não entra. Fica aqui fora. Deve ter muita gente doente lá dentro e se você estiver grávida, não queremos você doente, não é mesmo?”. Como ela não me ouve mesmo, entrou e pegou a senha…


Esperamos 20 minutos. Senha anunciada. Ela entrou, sentou, foi espetada e tirou sangue. Fiquei olhando aquele líquido vermelho e imaginando a dança de hormônios que estariam ali dentro. Na hora me veio a música de Jace Everett, tema de True Blood: “I wanna do bad things with you”, e viajei: “Será que meu filho/filha vai gostar de True Blood ou Crepúsculo? Crepúsculo nenhum pai merece…”. Acordei com a Fabiana puxando meu braço para sairmos. Resultado do exame: Só na segunda-feira….


Bem, o jeito era aproveitar o churrasco e o dia, como um bom life rulez, e aguardar a segunda-feira…